quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Monólogo de Deus 1 — Prólogo

E deixou Deus uma mensagem às pessoas que têm ao menos a mínima capacidade de discernir o que será revelado através do texto a seguir daquilo que nunca foi verdadeiramente revelado: “Ficai atentos ao que vos digo, sou vosso Deus e quero vos deixar um pouco de minhas concepções a respeito de muitas questões, por via de um discurso de tom amigável, a fim de que saibais um pouco das regras de meu divertido jogo chamado "vida". Creio que vos será, desde o princípio, de suma importância saber quem eu sou e o porquê de estar vos escrevendo esta mensagem. Primeiramente, quero dizer a vós que não sou nenhum desses deuses fictícios, adeptos às religiões, deuses que foram inventados pelo homem (seja com boa ou má-fé, literalmente), apropriando-se de meu nome (nomes geralmente atribuídos à minha pessoa em inúmeras variantes dialetais.) De todo modo, qualquer nome dado à minha pessoa é irrelevante, pois minha linguística naturalmente é diferente em relação a qualquer nação.

Eu, realmente, fico impressionado com a criatividade humana ao tentar descrever-me, embora, às vezes, pareçam-me bem compreensíveis e previsíveis alguns mitos, como aqueles que me chamam de deus-sol. Ora, aquilo que vós chamais de sol tem um lugar de destaque naquilo que vós chamais de céu, por isso tal admiração ao sol e também a conexão deus-sol, vista por alguns de vós, são compreensíveis para mim. Por outro lado, também já foi atribuído a mim o derramamento de sangue em sacrifícios de vários tipos de seres vivos. Algo muito além de uma mera veneração! Tratar-se-ia de uma espécie de um estranho pagamento  pelos "erros" dos próprios habitantes deste planeta ou seria simplesmente um ato que "satisfizesse" a minha  suposta sede ou desejo por um líquido vermelho? Sinceramente eu não posso vos responder precisamente, talvez nem vós possais entender vossos próprios atos. De todo modo, não pretendo aqui especificar os rituais (milhares de rituais, extintos ou ainda existentes), mas tão somente quero expressar que isso, sem dúvida alguma, é algo difícil de ser previsto ou de se encontrar algum sentido dedutível. Eu, logicamente, cito-vos apenas alguns exemplos, pois não quero esgotar o tema sobre os inúmeros tipos de adoração que já foram destinados a mim, não quero esgotá-lo aqui  neste meu singelo prólogo,

Vosso Deus, este que vos fala, não tem religião, pelo simples fato de elas, em maior ou menor proporção, estarem erradas.  Religiões que nem ao menos conseguem manter uma de minhas propriedades mais básicas que é a de atemporalidade. Ou seja, todas as religiões, sem exceção, sofrem suas naturais degenerações à vista de seus tempos posteriores, sendo totalmente antagônicas à minha pessoa, já que, diferente delas, eu não tenho prazo de validade.